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Foto: https://www.museudatv.com.br/

 

HELLE ALVES

( São Paulo – Brasil )

 

Helle Alves nasceu em 7 de dezembro de 1926, em Itanhandu, cidade do interior de Minas Gerais.

É brasileira, esta poetisa, e fez a sua estreia literária com “Paisagem de Pedra”, lançado pelo Clube de Poesia. Foi um dos êxitos mais altos, no panorama poético brasileiro, do ano que findou.
Colaboradora ativa do suplemento literário do “Estado de São Paulo”.

Helle Alves se afastou do jornal no final dos anos 1960 e foi trabalhar na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, como redatora de atas.
(...)
Aos 92 anos, morreu neste domingo (27) de  2019, em Santos, São Paulo, a jornalista Helle Alves. Natural de Itanhandu, Minas Gerais, Helle se notabilizou ao testemunhar, em 1967, o reconhecimento do corpo do guerrilheiro argentino Ernesto "Che" Guevara, e ser uma das primeiras repórteres do mundo a noticiar que o ex-líder da revolução cubana tinha sido morto na Bolívia, onde combatia o governo do então presidente René Barrientos.
[Complemento da biografia, texto extraído de https://agenciabrasil.ebc.com.br/

 

POEMA TOTAL

Se meu poema nascesse
branco como a água
e nele coubesse o mar
e o miosótis,
o cheiro da terra
e o voo da libélula,

Se meu poema surgisse
simples como do dia
e rico de aurora
machucada de sol
e sangue,
incauto como o riso
da criança
ou os olhos do cão,

se meu poema fosse
amplo como o templo,
relicário do medo e da dor,
e castiça de fé, hasteado
para esparzir
a paz,

se meu poema somasse
o canto do regato
ao silêncio de pálpebras
guardiãs do sonho
e fosse feito de palavras
nuas e totais,
irreversíveis
como a morte e belas
como a vida,

então, Senhor,
eu seria Poeta.

 

 

IDADE DO SOL

             Para Laedi

O amanhã se enfeita em cores
e fitas,
guirlandas de luz,
desabrocha a última pétala
para esperar
os sonhos da menina.

       A vida tem riso irônico
       e sopra mistério
       no bojo da noite.

Valsa a menina,
ébria de aurora, zonza de verde
e rodopia,
alonga braços em busca de luz,
crescendo pernas, seios, beijos,
um langor de sol.

       O amor tem asas de angústia
       e planta cascalhos
       no dorso da estrada.

A alvorada desata tranças ruivas
nos olhos da menina.

       Cinzas manobram no horizonte.

Diante do espelho, canta a menina.
“Mais uma flor nos meus cabelos,
mais um pouco de riso
nos meus sonhos.”

       O amanhã se veste de espanto
       para esperar
       os passos da menina.



BOULEVESEJANDO

Nos passos quebrados da nuvem,
nos olhos descalços da criança,
no riso baço do vento,
no espanto da noite,
havia Deus, madrugada do homem.
Mas os pássaros, com o susto dos caminhos,
morreram azuis na tesoura das eras.

Sepulto o riso de nuvem
nos olhos grisalhos da noite.
Crianças morrem passos de espanto
nos caminhos quebrados das eras.
Porque o homem esqueceu Deus
na tesoura da tarde.

Hoje a nuvem tem olhos baços
e dorme a criança no espanto das eras.
O susto da noite esqueceu
o riso quebrado do vento.
Nada mais resta que a tesoura descalça
de um Deus sepulto,
a mastigar asas de pássaros
nos caminhos mortos do homem.

 

 

 
 
 
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